O Cuidado da Beleza Canina

Há apenas três décadas a presença de cosméticos para animais era escassa, mesmo nos estabelecimentos especializados.

Naquela época, cuidar da higiene do animal de estimação para além do mínimo imprescindível era considerado frívolo. Para além disso, os poucos produtos existentes eram um punhado de champôs utilizados, quanto muito, por profissionais relacionados com a área, especialmente criadores.

Só com o desenvolvimento progressivo da indústria da cosmética animal é que se foi abandonando o uso de produtos que não eram destinados a esse fim, como, por exemplo, os detergentes da loiça para limpar a gordura da pele, e cada vez há mais donos que, cientes da importância de um cosmético de qualidade, optam pelo uso destes produtos especializados.

Hoje em dia, os cosméticos para animais de estimação não se limitam apenas a champôs, se bem que estes produtos continuam a ser os protagonistas, mas também se foram incorporando máscaras protetoras ou reconstituintes, que hidratam o pelo e mantêm-no em melhores condições entre banhos. Existem para pelo curto, pelo comprido, pelo comprido e liso, e também para pelo comprido e ondulado, ou seja, todas as combinações possíveis, sem esquecer, também, a cor da pele; se bem que estas foram o início da especialização tendo em mente as fórmulas criadas para peles brancas.

Com todo o avanço da cosmética animal, interligado com a tendência que temos de humanizar os nossos animais de estimação, uma atitude aparentemente imparável, os produtos especializados vão incorporando matérias primas muito conhecidas, como o aloe vera, mas também outras mais exóticas, tal como a rosa mosqueta ou a árvore de chá.

Tal como previsto, hoje em dia têm muito êxito os produtos rotulados como “naturais”, com efeitos de águas termais e de argilas terapêuticas. Contudo, nesse esforço de seduzir o dono, são incorporados outros componentes, como é o caso do colagénio, das proteínas e das vitaminas, assim como um número significativo de nutrientes para uso tópico.

Também não nos podemos esquecer dos produtos cosméticos que têm um fim terapêutico, especialmente formulados para tratar condições ligeiras da epiderme. No entanto, um cosmético não é um medicamento, pelo que antes de utilizá-lo será necessário consultar o veterinário, sendo que, em vez de melhorar, pode piorar a situação.

É claro que a estética animal cada vez abrange mais aspetos distintos da mera cosmética, razão pela qual cada vez existem mais profissionais e estabelecimentos especializados com o propósito de fornecer o melhor serviço. Deste modo, já não oferecem apenas um banho e uma tosquia, mas, e isto pode parecer-nos de respeito duvidoso ao animal (já para não falar na sua utilidade), também oferecem serviços de coloração de pelo com cores de fantasia, aplicação de extensões de pelo e verniz para as unhas.

Finalmente, é necessário ter em conta que a saúde da pele e, logo, do pelo, depende de uma boa nutrição, de modo que só se o animal for bem alimentado é que conseguirá ostentar o seu máximo potencial estético, com os cuidados higiénicos adequados. Entre estes encontram-se, obviamente, bons produtos cosméticos, tão adaptados quanto possível às características de cada pele, com um índice de acidez adequado (à volta de 7,3) e a ser utilizados conforme as recomendações do fabricante.